Onde passo tudo soa choro
Onde caminho só há nuvens negras
Por onde passo roubam-me as esperanças
Se não tiver cuidado aqui ainda morro.
Entre as paredes encontro cadáveres dos que desistiram
Galhos cortam-me o corpo arrancando-me a pele
No chão há estacas que a mim desafiam.
Não mais aguento
Os gritos hipnotizam-me
Meu corpo está padecendo
O enxofre agora cheira a perfume.
Falta pouco para terminar minha caminhada
A casa de pã agora será a minha morada
Mas o que será essa luz encantada?
Sou Gabriel vim para levar-te
Tu és homem santo não precisa ficar no terreno de Marte.
Homem santo, eu?
O que fiz para isto?
Não pergunte, pegue a minha mão e vás seguindo-me,
Pois agora eu levar-te-ei ao céu.
(Filipi Luis da C. A.)