sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Amante e o Artista

      Uma vez falaram-me que quem ama é um artista. Naquele momento eu estranhei, achei que era só mais uma conversa de apaixonado, mas, depois de ler o que faz a pessoa ser classificada como artista, vi que eles estavam certos. O artista começa uma obra sem saber como irá terminá-la, ele somente cria um esboço na cabeça e, no que vai produzindo faz alterações com a finalidade de melhorar a obra. E, assim como um artista, um amante dedica-se a, constantemente, dar retoques nos momentos a dois, usando de vários artifícios para fazer durar o amor, em seu mais puro estágio, o maior tempo possível, creditando, mesmo sem saber, que o final será mais que perfeito.

                                       (Filipi Luis da C. A.)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Janela

                     

Hoje, olhei para a janela e fiquei a admirar o que via:
Na rua as pessoas sorriam,
As árvores, fortes e bem esverdeadas.
Senti o cheiro das flores que cobriam o jardim da praça,
Vi os casais de namorados beijando-se nas cadeiras da praça,
Dona Joaquina. fofocando com suas amigas na frente de casa,
Consegui ver o céu azul risonho e límpido.
Vi que a vida poderia ser mais bela que a escuridão da sala,
mais agitada que a inércia das mobílias,
E o mais importante, vi que tinha que reaprender a viver!
Bastou só que eu abrisse a minha janela…


 
  

(Filipi Luis da C. A.)

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O Eu Quase Oculto

Às vezes, falamos o contrário
do que queremos para ver se enganamos os outros,
se nos enganamos.

E com essa finalidade, escondi meu coração
mergulhado em sombras,
e acreditei, fielmente, que os sentimentos nunca conseguiriam penetrar.

E com o tempo, cada vez mais, aumentava a profundidade,
por causa do medo de enfrentar novos desafios...
Em seguida, tratei de apagar da memória todos os surtos sentimentais.

E assim, aos poucos, estive mergulhando nas sombras que criei para proteger-me. Como se já não bastasse, fui necrosando, meu coração esteve a um passo para atrofiar completamente.

Contudo, ou por sorte, quando já não acreditava em nada, algo aconteceu...
Não sei bem o que foi, mas veio de dentro,
provavelmente algo que não apaguei e que surgiria naquela hora para salvar-me.

Aprendi que não adianta se esconder, pois um dia o que ocultamos vem à tona. No meu caso, não sei bem ao certo, acho que foi de grande valor ter lembrado...

(Filipi Luis da C. A.)

domingo, 12 de junho de 2011

As três

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Cá estou eu em um baile sem um par para dançar. Enquanto todos dançam, fico a admirar meu copo cheio de bebida procurando ver se pelo menos dentro dele encontro alguém...
O tempo passa e ainda estou aqui, mas dessa vez vejo três mulheres no fundo do salão, iguais a mim; elas estão solitárias à procura de um par, a primeira passa por mim e sorri e me faz um sinal chamando-me para dançar... Logo em seguida, vem a segunda, pergunta-me se estou acompanhado. De pronto respondo que não, mas viro o rosto. Ela, entendendo o sinal, vai à procura de outro par...
A terceira e mais graciosa ficou lá parada no cantinho dela sem se mover, a única coisa que faz é trocar os olhares com a minha pessoa... Crio coragem e vou até ela pedir-lhe a mão. Percebo que o rosto alvo dela avermelhou-se, ao ver que estava aproximando-me. A tentativa da jovem de esconder-se com o leque não adiantou, a timidez que a marcava só me fez ter mais vontade de avançar.
Após desviar de vários casais, finalmente chego perto da bela moça, cumprimento primeiro com o olhar e depois com um sorriso e ela faz o mesmo. Aproximo-me mais um pouco, seguro a sua macia mão e chamo-a para ir dançar comigo. Por um instate percebi que a face da jovem mudou, deixou de ser como era, vi um desespero bater naquele belo rosto... Não muito depois, ouço a voz de um homem gritar:
-Maria!-
Ela empurra-me e diz para sair de lá, pois estava acompanhada do marido e ele, por ciúme, não gosta de vê-la falar com outros.
Volto ao meu estágio inicial, sozinho num baile no qual todos estão dançando e eu sentado admirando o meu copo, mas dessa vez sem querer encontrar alguém e sim afogar-me...
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(Filipi Luis da C. A.)

A dor de amar platonicamente

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Estou amando-te, mas disfarço para não te atrapalhar.
sou um amante à moda platônica,
Para esses quando amamos devemos deixar
a pessoa amada partir, se um dia venha o destino a ela
mostrar um novo amor...
Então pergunto:
-Platônicos, algum dia tu amastes alguém?
Mas, mesmo assim, com muita dor, sigo esta filosofia.
Às vezes, pergunto-me se isso é amar ou é ser covarde ao ponto
de não querer defender o meu amor...
Mas para acalmar o meu ID vem logo o Superego abraçá-lo
para mostrar que as coisas não são bem assim...
Há desejos que não podem ser realizados, porque
não era a hora ou não era mesmo para acontecer...
Contudo, de alguma forma minhas fraquezas sempre dão
uma maneira de escapar no subconsciente e vez por outras te
abraço...
É nesses momentos que mais sinto a dor de amar platonicamente...

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(Filipi Luis da C. A.)

Apenas te amo

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-Eu te amo.
Era o que eu tanto queria ouvir sair da tua boca,
mas nem tudo é como queremos...
Ainda tenho aquela foto que me destes guardada,
só mudei o canto para não olhar e lembrar da tua ida...
Contudo, não sei até onde isso só fez aumentar
meu sofrer, pois quando não vejo tua foto
lembro que estava ali,
lembro o que ela representava para mim.

Os fantasmas daquele dia ainda me aterrorizam
em meus sonhos.
Ainda choro, mesmo que seja internamente,
quando lembro do dia que disse-me adeus.

Sei que já faz tempo,
mas ainda não aprendi a esquecer de ti.
Ai como eu queria que naquele dia
você só tivesse vindo para dizer:
-Eu te amo!

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(Filipi Luis da C. A.)

Queria agradeçer a Amanda Kedman, por ter ajudado-me a escolher o título.
Obrigado, amiga!

Minha Essência

 
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Sabe, ver-te outra vez foi mais que um sonho,
foi como dar a primeira respiração após afogar-se dentro d'água,
Foi como pular de um prédio querendo morrer e ser
surpreendido por uma cama elástica e reparar o número
de pessoas que se importam com a sua existência,
Cheirar um bom perfume francês depois de uma caminhada
pela cidade.

Garota, não adianta disfarçar, mas o que eu quero mesmo
é estar ao teu lado e eu sei que é o que também queres.
Não consigo mais viver sem ti
Sou totalmente dependente do teu ser,
do teu amor.

Sem ti sou mais um câncer nesse mundo,
uma realidade irrelevante,
sou só mais um
ou somente um
e nada mais.

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(Filipi Luis da C. A.)

terça-feira, 10 de maio de 2011

Louco, Mas Feliz!

Queria ser louco
para poder sorrir do nada,
não ligar para as coisas,
não ter o que me preocupar,
correr na rua e curtir o ectazy da loucura,
falar baboseiras sem ter que depois ser criticado,
olhar para o mundo e ver um parque de diversões,
Viver sem regras e deveres,
Viver a sábia loucura de ser louco
E até o ultimo minuto...
ser Feliz!

(Filipi Luis da C. A.)

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O preço por ser diferente

Olho o mundo como quem analisa os sonhos
a cada trajeto passado
procuro ver além de um simples retrato
Vejo o mundo não com os olhos,
sim com a alma
Vejo o que ninguém vê
O que ninguém quer saber
Às vezes nem eu quero...
Bem, o que posso fazer?
Esse é preço que pago por ser diferente
por assistir de camarote vip as desgraças
em  confronto com a vida,
enquanto os outros desligam seus olhos
para o mundo
Vivendo no seu eu interno
no seu mundinho ilusório privado
protegidos da realidade mutua.
A mim só resta olhar e bocejar
ao mesmo tempo que finjo que não vejo nada.

(Filipi Luis da C. A.)